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domingo, 24 de julho de 2011

Ensaio: Marx em um viés filosófico


Carlos Eduardo da Silva Faria
Prof. Ms. Claudio César de Andrade
Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO

Começaremos este ensaio extamente em cima do seu título, revertendo o mesmo à duas perguntas: Existe mesmo um Marx por um viés filosófico? E, sendo mais pontual questionaríamos: Em que medida existe algo de filosófico no pensamento de Marx?
Antes mesmo de alguma ponderação mais enfática, creio que uma abertura para um caminho para alusão de um Marx filosófico, seria aludir-se às seguintes ponderações: Para Marx, a filosofia teria uma missão com a história, um papel, teria um compromisso social – o de desmascarar a autoalienação; e que a razão de sua época não estava sendo usada adequadamente, ela é história, foi socialmente constituída, reproduz um certo sentido e não sendo originária enquanto fundamento.
Por esse viés, ao resgastarmos essa velha e debatida questão com relação ao pensamento de Marx com a filosofia, trata-se desse modo, elencar alguns elementos [como os do parágrafo anterior], que Marx no seu entendimento concebe as funções operativas da razão, e ademais a trajetória do saber especulativo transformador como necessidade. Ao tratamos destes assuntos, estamos assumindo percorrer a trilha marxista do materialismo, bem como o seu referencial teórico a respeito de uma dialética transformadora.
Cabe aqui, a abertura de um parênteses: Ao abrirmos o ensaio com os questionamentos, após aferirmos ponderações e, em seguida vislumbrarmos as tematizações a serem discutidas, todas essas argumentações, sim nos veem à luz um caminho para um viés filosófico marxista, não do Marx ortodoxo, ao réves a do filosófico. Fecha parênteses.
O tema em pauta, têm ao longo dos anos uma variedade grande de interpretações, tornando-se uma das maiores discussões a cerca da obra de Marx. Isto posto, vale ressaltar que o objetivado aqui não é tentativa de esgotamento do assunto, mas apontar algumas chaves analíticas, sem a pretensão de seguir um determinado comentador ou intérprete, visualizamos a construção textual de uma interpretação sem imagem, mas com comunicação com o autor, como aprendemos com Deleuze.
Para Marx, as coisas que nos rodeam – as coisas do mundo, possuem elas mesmas um sentido imanente, bastando que o método tenha a funcionalidade de busca e captura desse sentido, ou seja, Marx crítica o conceito pelo conceito.
A razão, por seu turno faz o papel de figuração histórica parte de uma sociedade socialmente constituída, reproduzindo o mesmo sentido. Dessa maneira, a razão funcionando com uma reprodutora, nunca como sua fonte originária de sentido. Em outras palavras, a necessidade real do saber e sua aplicabilidade entendendo que um saber saiba das coisas do mundo humano. Marx, condena seu tempo pelo imperialismo da subjetividade.
Vale dizer, do erro que Marx aponta àqueles que dizem que o movimento autônomo dos conceitos, simplesmente originário de uma lógica, pois é ele [o moviemento], não espontâneo, não íntegro e com inúmeras interferências externas. Assim, o procedimento correto, diz o autor, é do abstrato vai-se ao concreto por dedução, não diretamente, existem elos intermediários – a visão do mundo têm vários elos intermediários.
O objeto, então, que é passado enquanto concreto a uma forma de pensamento, ou seja, não é o pensamento que forma ao objeto. Dito de outro modo, o movimento vai do abstrato ao concreto pela desvelação das determinãções intermediárias do seu próprio movimento em concretude. Tais elos entendidos como especificações produzidas pelo real, mas ainda desconhecidos, contendo a possibilidade de conhecimento.
Para a razão, determina sua especulação histórica, pois tudo é uma determinação histórica, dessa forma a razão não comparece como critério de si mesma. Conceitua, também um reconhecimento à objetividade, na medida em que o mundo pelo conceito não se apresenta sendo o melhor, reivindica a organização da cabeça devidamente regida pelo mundo.
Marx posiciona-se em favor, tocando em outro ponto relevante, para um saber transformador, aberto às transformações –, de um saber que saiba das coisas, com isso, para que essas mesmas coisas possam ser alteradas, modificadas – sem estagnações. Aqui, na tentativa de um melhor entendimento dizer, que Marx não se contrapõe ao saber de uma filosofia especulativa, ao réves coloca-se em uma posição de reinvidicador de um saber de uma filosofia de transformação, um saber duma filosofia transformadora.
Os parágrafos a seguir voltam-se para o materialismo histórico de Marx e a busca pela dialética transformadora, que acompanha a linha raciocinante do dito acima. O materialismo histórico é a designação do termo do método utilizado por Marx para interpretação histórica, e consiste em interpretar os fatos históricos como fundamentados em fatores econômicos-sociais: as técnicas de trabalho, de produtividade, das relações de trabalho e de produção.
A base do materialismo histórico está fundamentada na perpectiva antropológica marxista, concebendo assim, a natureza humana como intrinsecamente formada por relações de trabalho e de produção, cujo propósito dos homens é suprir suas necessidades, por isso das relações que estabelecem entre si. Nessa ótica, a tese marxista fundamenta as maneiras ou formas assumidas historicamente pelas sociedades humanas, que prevalecem e dependem, sim das relações econômicas, durante as fases do processo de seu desenvolvimento.
Por fim, dentro dessa perspectiva o materialismo histórico, desde do instante que fundado na natureza humana e, juntamente com suas formas sociais das relações de trabalho [historicamante falando], se contrapõe ao idealismo e, por conseguinte não admitindo formas abstratas (formas ideias), como constituintes organizadoras da totalidade social. A medida ou melhor a dimensão histórica desse materialismo, assim entendida, resulta precisamente do fato dele [o materialismo] tomar para si que a produção historicamente diversificada da vida material, condiciona a vida em termos gerais, tanto social, na política e, bem como no seu lado espiritual.
Cabe salientar, como fechamento para este ensaio, que Karl Marx em seu pensamento, podemos encontrar pelo aqui em linhas gerais foi exposto, um viés filosófico, mas não entendido como modelo ou teoria filosófica, uma vez que sua teorização visa à apreensão da lógica objetiva da natureza humana e de seus processos. Por fim, a história se faz [parafraseando do autor] segundo: “as necessidades econômicas que se impõem sobre todos os azares”. 

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