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sábado, 28 de maio de 2011

Ficha de Leitura Comentada - Metafísica - HEIDEGGER, M. Ser e Tempo

HEIDEGGER, M. Ser e Tempo - Parte II. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes Ltda, 1990, p. 27 - 30. Curso de Filosofia. Disciplina de Metafísica. Professor Manuel Moreira da Silva. Acadêmico (a): Carlos Eduardo da Silva Faria, do Terceiro Ano de Filosofia. Finalidade: Avaliação parcial de Metafísica. Semestre II, 2010.

AUTOR
LEITOR
1- Embora nosso tempo se arrogue o progresso de afirmar novamente a “metafisica”, a questão aqui evocada caiu no esquecimento.
(p. 27)
A tradição filosófica, através da indeterminação do objeto, interdita qualquer esforço de proximidade em direção ao ser. É neste sentido que Heidegger denuncia o esquecimento da tradição em relação ao ser.

2- E, não obstante, nós nos consideramos dispensados dos esforços para desenvolver novamente uma...
(p. 27)
O desejo por determinar teórico e categoricamente aqueles que representariam os termos reais da verdade em torno do ser, significa: aquilo que é a “luta de gigantes em torno das essências”. Ir além da determinação ôntica do ser pensado.

3- No solo da arrancada grega para interpretar o ser, formou-se um dogma que não apenas declara supérflua a questão sobre o sentido do ser como lhe sanciona a falta.
(p. 27)
Dessa advertência, pode-se dizer que ao persistimos na procura pelo sentido do ser desde um modo de investigação metafísico, estaremos sempre em falta ou pecando, com a questão do seu sentido, já que, a abordagem da tradição metafísica sempre pensou o ente, mas nunca pensou o ser que possibilita o ente.

4- No início dessa investigação não se pode discutir em detalhes os preconceitos que, sempre de novo, plantam e alimentam a dispensa de um questionamento do ser (…) Ser é o conceito mais universal. A universalidade do ser, porém, não é a de gênero.
(p. 28)

Percebe-se que Heidegger inicia sua problematização, a partir de uma perspectiva de análise do conceito de ser, e assim o faz através do decorrer uma perspectiva histórica. Repara-se que é precisamente a questão do universal que impõe importância ao sentido do ser, para uma universalização de uma propriedade comum a todos os entes demanda um modo de designação que compreende o próprio modo de ser universal

5- Eles encontram suas raízes na própria ontologia antiga. Sta, por sua vez, pode ser interpretada de modo suficiente – quanto ao fundamento de onde brotaram os conceitos e quanto à adequação das justificativas propostas para as categorias e sua completude – esclarecendo-se e respondendo à questão do ser.
(p. 28)

Ontologia e metafísica, não se trata de considerá-los sinônimos, mas, sim, apenas em sentido semelhante. Heidegger faz menção à ontologia, como àquela que almeja a resposta à questão do ser. O aspecto primordial aqui é que a ontologia, na tradição filosófica anterior, almeja tal resposta à questão do ser, através de um modo de investigação metafísico. O projeto de superação da metafísica heideggeriana distingue esse sentido de ontologia, na medida em que apresenta como deve ser conduzida o modo de investigação do ser, o que não arroga para si as exigências, do que pode ser considerado verdadeiro ou falso (apofânticas) do modo de investigação metafísico.


6- Quando se diz, portanto: “ser” é o conceito mais universal, isso não pode significar que o conceito de ser seja o mais claro e que não necessite de qualquer discussão ulterior. Ao contrário, o conceito de “ser” é o mais obscuro.
(p. 29)

A dificuldade, parece objetivar-se nessa objetificação do ser. Ao analisar-se enquanto um ente a mais entre todos os entes obriga-se uma categoria universal insustentável. Enquanto um modo de investigação que necessite de fundamentação rigorosa e inabalável, a metafísica está sempre em falta com o sentido do ser.
7- De fato, o “ser” não pode ser concebido como um ente (...); o “ser” não pode ser determinado, acrescentando-lhe um ente. Não se pode derivar o ser no sentido de uma definição a partir de conceitos superiores nem explicá-los através de conceitos inferiores. (...) Daí pode-se apenas concluir que o “ser” não é um ente. Por isso o modo de determinação do ente, legítimo dentro de certos limites (...), não pode ser aplicado ao ser. A impossibilidade de se definir o ser não dispensa a questão de seu sentido, ao contrário, justamente por isso a exige.
(p. 29)

Heidegger no que no que se mostra em referencial à possibilidade do sentido do ser, ressalta-se que aí perfaz precisamente o seu esforço, na realização do seu projeto de superação da metafísica. Colocar a questão do ser, colocá-la no modo de preparação que possibilite um eventual horizonte para a compreensão e possível interpretação do ser”, através da analítica existencial.

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